sábado, 7 de abril de 2012

ARTE CONTEMPORÂNEA: ÍDOLOS COM REDOMAS E SANTOS SEM CATEDRAIS


O ÍDOLO COM REDOMA



O SANTO SEM CATEDRAL


Não é estranho vermos crianças em diversas épocas tendo intensa satisfação em ver outras pessoas fazerem o que elas não chegariam a fazer, tanto pela idade ainda não amadurecida, como pela impossibilidade de alcançar fisicamente determinados limites, mas que projetam estas ações de superação e auto-realização, tendo consciência de que não estariam prontas para tais atitudes, mas os outros estariam, e lhes dariam satisfação e prazer. Estes ícones se identificariam totalmente com os desejos pessoais da criança. Aqueles que poderiam fazer por elas, e elas poderiam sentir como se estivessem participando fisicamente das conquistas e das vitórias de sua imaginação. 



ÍDOLOS DA FANTASIA


ÍDOLOS DA FANTASIA



Todas as culturas cultivaram adoração aos “personagens” que substituíam os seus indivíduos nas ações que levariam às guerras, vitórias, soluções políticas e sociais. Estas figuras a quem a sociedade prestava respeito e reverencia pelas suas atitudes de poder, capacidade intelectual e espiritual, ficaram conhecidas como, ídolos. Eram amados pela sua infinita capacidade de realizar os ideais da sociedade, poderiam estar vivos ou mesmo mortos, poderiam ser reais como parte da natureza humana ou serem extremamente simbólicos, não sendo humanos, mas representariam a força sobre-humana. Também poderia ser um deus, uma entidade espiritual atuando na vida dos humanos. Caberia à sociedade assumir os valores que o determinado símbolo teria e sua aceitação surgia à medida que, ocorressem mudanças importantes nos indivíduos. 



ÍDOLOS RELIGIOSOS




ÍDOLO DA CIVILIZAÇÃO EGÍPCIA


Os impérios como, egípcios, persas, gregos ou romanos, nos trouxeram símbolos fortes no decorrer da história, muitos reis e imperadores das culturas passadas, foram adorados por milhares de pessoas, que os assumiam como ícones poderosos e depois de suas mortes atuavam na mente coletiva por tempo indeterminado. Houve ídolos como Hitler, que quando vivo conseguiu convencer um pais inteiro a lutar pelo poder e massacrar a própria humanidade, que depois de morto, deixou pavor e aniquilação de milhões de seres humanos, deste ninguém quer recordações, todos tentam esquecê-lo pelo seu poder de negatividade. Quando ele surgiu, enfeitiçou um país inteiro e naquele momento, ninguém conseguia tirar a sua redoma. Os ídolos sempre existiram e vão continuar existindo, como formas que representam forças paralelas à vida normal dos indivíduos, com uma grande capacidade de levar às pessoas a sentir uma realidade quase palpável. Os ídolos mais adorados, são vitoriosos e guerreiros, espelham um espírito capaz de alcançar os objetivos, deixando na sociedade algo positivo, indo além do mundo da imaginação.



ÍDOLO DO DOMINIO


Na sociedade moderna os ídolos são de diversas categorias, ligados à política, filosofia, arte, poder militar, revolução, espiritualidade, ciência, etc., eles atuam em nossa época com muito poder. Os ídolos da musica do final do século passado, ficaram famosos até hoje e se constituem símbolos importantes, na Europa, nos Estados Unidos e em países latinos. No esporte, foram infinitas as criações de ícones poderosos, que são idolatrados por décadas até hoje e no cinema foram formados mitos que provocaram também uma grande idolatria. Na historia humana ficaram muitos personagens que se transformaram nestes mitos fortíssimos e eles atuam na consciência coletiva até os dias de hoje.



ÍDOLO DA FORÇA MILITAR
 


ÍDOLO DA MÚSICA



ÍDOLO DA MÚSICA






Os indivíduos contemporâneos não perderam a necessidade de manter os seus ídolos, mas a forma como eles vão se codificando já são diversas. A ciência moderna e a revolução industrial transformaram os valores e as concepções dos ídolos. Não eliminaram a função de dar força aos ideais sociais, mas aumentaram as fantasias inconcebíveis da vida real. Hoje uma criança, toma para si como ídolos, determinados ícones de filmes policiais e de guerra, personagens de extremo valor negativo, mas de grande representação de força e coragem. Ela não percebe o lado obscuro dos personagens, mas absorve a sensação de poder passada pelos determinados ícones, ela não sente nenhuma carga negativa e a assimila como se fosse uma força extremamente construtiva.



ÍDOLO DO PODER DO MAL


ÍDOLO DO PODER DO MAL

  


ÍDOLO DO PODER DO MAL


O materialismo da ciência moderna impede a sintonia dos indivíduos da sociedade com seus níveis de espiritualidade, produzindo cada vez mais, indivíduos céticos, inseguros e fantasiosos, sem poder reflexivo sobre os valores éticos, ficando dependente dos seus ditames, perdendo os referenciais entre o homem, natureza e a historia da vida. A mídia atual constrói ídolos, leva-os para sociedade como se fossem os seus ideais verdadeiros, fechando a persuadindo a todos para um caminho padrão. Todos seguem o falso santo como um rebanho de ovelhas famintas, mesmo sabendo que para este santo nunca haverá catedrais. Após assumir o poder, a mídia fragmenta as diversas relações dos ídolos com a evolução humana e cria nichos com santos imaginários onde não poderia haver adoração, onde não haveria valores verdadeiros para se seguir, mas ao contrario, levam à sociedade ao conformismo e a perda do juízo.



O ÍDOLO DOS CÉTICOS



ÍDOLO DO PODER MILITAR


Hoje o poder global avança no controle dos indivíduos, afasta a sua relação com um “ídolo verdadeiro”, impõe um nicho com falsos mitos e levam os seres humanos a uma perda de identidade. A maioria dos países ocidentais aumenta amplamente o controle coletivo através deste grau de idolatria, sedimentado pelo poder da “ciência moderna”, da “economia” e das “forças políticas e militares”, deixam cada vez maiores as fragmentações da razão humana, os totens são levados para diversos nichos persuasivos, como por exemplo: a força econômica, manipulando as sociedades e controlando suas ações, o esporte, (uma competição com idolatria) uma representação da força física que existe no individuo, e em muitas culturas já se troca a imagem dos ídolos intelectuais e espirituais por ícones do esporte, que conseguem substituir a fantasia de ideais sociais e espirituais bem mais rapidamente. O “poder político”, é uma força icônica que funciona como uma grande redoma que vai estimulando a idolatria, conseguindo distrair a sociedade pelo sonho e pela esperança, adormecendo a percepção das próprias necessidades intelectuais e sociais, destruindo o discernimento.



O FALSO SANTO

 
O “falso santo contemporâneo” tomou força, e é capaz de impor modo de vida, padrão de comportamento, estilos e ações e ninguém se dar conta do fato, levando o rebanho a uma catedral vazia e irracional. Estes ideais oníricos não satisfazem as necessidades dos indivíduos, suprem apenas as necessidades dos lideres e do poder dos grupos dominantes. Uma vez perdida a sensibilidade dos indivíduos e estes, admitindo o controle por falsas sensações de prazer e realização, desintegram-se como seres humanos pensantes, e nada voltará tão cedo ao normal.
 
É na “arte onde ficou muito visível a perda de identidade, a partir da criação destas "catedrais fantasmas". A história contém em suas etapas as grandes mudanças de valores filosóficos, que são etapas de uma grande escadaria, com degraus subsequentes, onde se ver a necessidade de se erguer o ser humano mais e mais para o alto, para uma evolução intelectual e espiritual. A ausência de degraus deixa muita dificuldade para se alcançar o topo, pois cada degrau é parte de uma escadaria, é um conjunto que não se mantém íntegro com lacunas.  À medida que, as etapas da historia, vão sendo queimadas, corre-se o risco de preenchê-las, com ideias puramente oníricas, que não conduzem à compreensão. Na arte, houve etapas importantes e ficaram bem marcadas a necessidade da perfeição a ser alcançada, como vemos nas criações dos gregos e posteriormente na época do renascimento, com as mudanças na forma de pintar e esculpir, depois no barroco, no impressionismo, no fauvismo, no surrealismo e vários outros. Porém, estas etapas foram ocorrendo entre varias décadas e foram reconhecidas pelas suas determinadas importâncias temporais, uma após a outra, ficando bem claro que, o que era de uma época, naquele momento, era uma arte resultante daquele tempo.  
 


AS CATEDRAIS FANTASMAS


Na arte contemporânea das ultimas décadas, se apagou o valor temporal, que definiria os tipos de arte das determinadas épocas. Hoje a ideologia contemporânea tenta definir a expressão temporal como um estilo ou movimento e confunde a razão coletiva, impondo um modelo único de arte, vazio de conteúdo e vazio de forma, e impõe a imortalidade de um movimento de arte. Estabelece-se a criação de falsos santos, para colocar nas catedrais do poder global. Fica bem claro que os ditadores da arte contemporânea não aceitam o passado e nem as mudanças positivas para a arte do futuro. É como se congelassem a historia, em algum lugar do tempo, perdendo as referencias dos verdadeiros conceitos da criação. As catedrais da arte contemporânea ficaram vazias e sem santos.



ACADEMIAS CONTEMPORÂNEAS
 

ACADEMIAS CONTEMPORÂNEAS

 

ACADEMIAS CONTEMPORÂNEAS

 
A “arte contemporânea” assume o poder sobre a sensibilidade da sociedade atual, impõe regras e normas que vão sendo seguidas no silencio, criando um império mil vezes mais influente do que as pequenas academias clássicas do passado, esta nova imagem é de uma “academia do poder”, uma academia de uma rigidez tenebrosa, que destrói qualquer liberdade de expressão atual e qualquer tentativa de inovação. Ela aplica a sua força sobre os artistas e vão às ultimas conseqüências sobre aqueles que querem se libertar ou inovar. Hoje, poderíamos até dizer, que, se Leonardo da Vinci, Caravagio, Claude Monet, Van Gogh ou Picasso tentassem fazer a divulgação de uma nova arte, neste mundo contemporâneo, talvez fossem mortos publicamente por terem se arriscado a sair do padrão dominante desta academia contemporânea. A academia de arte contemporânea, não ensina nada, não é uma escola, não é uma fonte de tecnologia artística, é apenas um partido político-estético que produz medo e pânico, tão aterrorizante para a sociedade quanto o partido nazista na Alemanha da Década de Quarenta. A pompa neste caso cabe ao ídolo, que é conceitual (proposta de fazer arte apenas com o pensamento), que reclama que tudo deve está dentro do padrão em moda (em voga), um ídolo colocado em redoma e adorado por quase toda a juventude atual, que já foi totalmente educada dentro desta ideologia e não sabe ver outra coisa neste momento. O poder deste conceito de arte foi imposto em quase todo o mundo e só se livra dele: quem não o reproduz e assume a sua própria liberdade de expressão.



AUTO-FRAGELO COMO IDEIA DE ARTE

 

APROPRIAÇÃO SEM CRIAÇÃO

 
Esta academia exige de todos os artistas nascidos nas ultimas décadas, que: toda arte que seja produzida nesta época deva ser no modelo “conceitual”, uma arte que ninguém demonstra nem explica, o publico que se dane; proclama que os indivíduos nunca devam experimentar o processo do fazer artístico manipulando a matéria e dando formas a ela; impõe que o principio maior é a ideia e não a forma; sendo imprescindível a destruição do que quer que seja conceito plástico criado (estético); que todos devam apresentar objetos já construídos ou coletados em lixos e colocá-los em posição de seqüencia e repetir infinitas vezes, mantendo sempre a afirmativa de que: está desconstruindo algo! Que quanto mais repetir o mesmo objeto melhor, podendo apropriar-se de qualquer idéia alheia, materializada ou não; qualquer coisa encontrada na natureza ou no centro urbano pode se transformar em arte contemporânea; que qualquer palavra falada, gemido, estampido devam ser considerados expressões de arte; se não houver objetos, basta falar palavras sem sentido ou rosnar, relinchar, uivar ou rugir, pois tudo é conteúdo segundo esta academia; não precisa ter significado, pode-se até urinar, defecar, esfaquear, se mutilar e até matar animais como forma de chamar a atenção, pois em quanto se consegue fazer o terror sobre os homens sensíveis estará mantida a lei desta “academia da atualidade eterna” (Arte Contemporânea).

 

APROPRIAÇÃO SEM CRIAÇÃO

 

APROPRIAÇÃO E TORTURA DE ANIMAIS

 
Existem muitas contradições na arte contemporânea conceitual, não há lógica na tão defendida destruição dos ícones, eles afirmam que a idéia na mente já se torna arte, antes da sua materialização (forma), é como se aceitar um pensamento sem compreendê-lo, é como se ler um livro com páginas brancas. De acordo com esta a arte conceitual, poderíamos até admitir desde já, que um assassino não precisaria praticar um crime, já poderia ser preso sem a ação praticada, pois o pensamento já seria a ação! Para a arte conceitual nenhuma ação tem mais valor do que a idéia, isto leva à criação de uma sociedade de loucos, que apenas pensa e vai apodrecendo no redemoinho da sua própria imobilidade.  

 

UMA ACADEMIA SEM CONTEÚDOS


A CATEDRAL DO LIXO


O “artista plástico” em si, não tem nenhum valor para os defensores da arte contemporânea conceitual, porque ele manipula a matéria e imprime a sua personalidade na mesma, isso não os atrai porque não se identifica com suas normas. Para os conceitualistas a ação é um fato irrelevante, para eles o acontecimento físico decorrente da intenção é por si só, sem valor algum, basta a idéia. Está aí uma Catedral imensa, mas não há santos que possam fazer desta catedral um verdadeiro templo, infelizmente, o interior desta Catedral não passa de uma fantasia que pode desfazer-se com o tempo, como diz o próprio lema do conceitualismo: terá que se descontruir! – Mas o tempo dirá!