domingo, 10 de julho de 2011

O DESCASO COM AS ARTES PLÁSTICAS E O ESTÍMULO A BANALIZAÇÃO DOS VERDADEIROS VALORES ESTÉTICOS NO BRASIL.



No Brasil o descaso com o ensino das Belas Artes e com os verdadeiros conceitos das artes plásticas estimulou uma deficiência da consciência pública em relação ao gosto estético. Os novos padrões de ensino das artes plásticas foram deteriorando a sensibilidade visual do povo, os novos grupos monopolizadores dos padrões do ensino artístico conduziram o gosto dos brasileiros por um túnel partidário-estético. Existe uma atitude fria e calculista, já oficializada, que “castra a liberdade de expressão” de milhares de artistas plásticos. As instituições culturais estimularam a perda da personalidade perceptiva através de um bombardeio de determinadas ideologias e conceitos de arte. O resultado desta desorientação está no descaso com o ensino das artes plásticas, um problema que gerou uma grande quantidade de caminhos paralelos, que foram criados pelos próprios artistas para fugir desta ditadura do gosto, um fato bem visível nos tempos atuais.
A Arte faz parte da evolução dos seres humanos, está implícita no comportamento visual, assim como os ícones sexuais. Quando a sua naturalidade está sendo bloqueada, a evolução busca um novo caminho para continuar sua trajetória. No Brasil, muitos artistas plásticos fugiram da ditadura estética já oficializada nas escolas e encontraram uma saída através do autodidatismo e da expressão espontânea. Este desdobramento da ação criativa levou os artistas plásticos brasileiros a suprirem as suas ansiedades artísticas e sair do sufoco dos paredões do imperialismo oficial da arte. Hoje os parâmetros usados pelos artistas plásticos são bastante diversificados e a maioria luta por uma libertação dos modelos impostos pelas instituições, que ousaram ditar uma conduta de criação artística, há décadas. Fica bem claro, que o poder político se intrometeu e fez parceria com os condutores desta modernidade sem liberdade (ditadura), que a arte plástica no Brasil adotou, de uma certa forma.
Os trágicos resultados deste conflito de poderes obrigaram os “artistas plásticos livres” a se desdobrarem em varias alternativas, a lutar pelos ideais de conceitos sem imposição e buscar a sua personalidade estética por outros caminhos. Já quebrada a instituição das Belas Artes e substituída totalmente pelo método de formação ideológica, que impõe o estilo e o modelo partidário-estético a seguir pelo aluno, surgiu uma busca intensa por ensinamentos de artes plásticas que não eram regidos por estas ditaduras oficiais do gosto.  Já há algum tempo vem sendo notado no Brasil que existia por parte de iniciantes das artes plásticas, um desejo de não se submeter aos ensinamentos oriundos destas escolas de arte do “novo imperialismo do gosto”, pois muitos ensinamentos aplicados nestes locais vêm sendo conduzidos apenas pelo modelo de arte apresentado nas bienais e nos salões de arte padronizadas como “contemporânea” e já codificada como “conceitual”.



O CASTELO DO PODER SOBRE O GOSTO BRASILEIRO


Como resultado deste processo, houve uma tentativa de se libertar dos padrões impostos, criando-se uma diversidade de formas artísticas, que foi aos poucos sendo adotada pelos artistas brasileiros. Uma grande parte dos artistas plásticos optaram pela liberdade, se tornando autodidatas. O aprendizado das artes plásticas seguiu então dezenas de métodos livres e muitos conseguiram chegar aos níveis de evolução, livres, da ditadura da arte contemporânea, e conseguiram expressar uma qualidade artística com o seu próprio esforço.  Por outra parte, em meio a esta guerra de sobrevivência, surgiram os “plágios”, pois era um caminho que lhes estimulavam o desenvolvimento da criatividade, e ao mesmo tempo a falta de originalidade. Muitos, no processo de criação, copiavam padrões de imagens de diversas fontes e deixavam no seu esforço de elaboração marcas bem explícitas, destes códigos visuais. Por exemplo: A) a copia de figuras humanas de estórias em quadrinhos, trazia um novo estilo na forma humana. Houve uma adaptação destes desenhos, porque já não havia mais a vivencia do desenho com modelos vivos nas escolas. O percentual de padrões absorvidos, dos desenhos digitais de vídeo games de varias escolas de design do Japão e dos Estados Unidos, resultou numa grande perda de personalidade artística dos brasileiros. B) muitos artistas plásticos que sofreram discriminações por manter a identificação com padrões estéticos naturais foram apelidados de acadêmicos, tentaram ajudar os “seus irmãos de arte” a encontrar os seus próprios caminhos, abrindo ateliês e dando cursos de desenho e pintura. Porém, por ser um ensinamento sem o método de uma academia de Belas Artes, e devido a vários fatores que não ajudavam muito, como, a falta de espaço, a falta de dinheiro para pagar um modelo, a ausência de materiais específicos, impulsionou a um novo comportamento artistico, mas carente de técnica e originalidade. C) também houve a busca por técnicas artísticas em fascículos e compêndios de receitas rápidas, como foi o caso das coleções americanas que ensinavam a desenhar e pintar, mas que, teriam um melhor aproveitamento se usados com um mestre em presença física. O lado negativo destes fascículos foi que, estimularam desesperadamente a cópia e o plágio das imagens contidas nos referidos fascículos, desenvolvendo uma grande repetição de padrões e estilos por todo o Brasil. D) podemos ver que uma infinidade de quadros pintados no Brasil ficou com uma herança muito forte dos fascículos mágicos de aprendizado das artes plásticas. Os florais dos fascículos, também foram copiados intensamente, sem composição alguma, apenas signos repetidos, realistas, mais com uma infinidade de luzes e sombras fantasmas. E) o gesto de copiar sem avaliação estética e compositiva tomou conta do Brasil, tudo que tivesse uma boa aparência visual era copiado por muitos artistas, e criou-se no país, uma idéia erronia da arte plástica, que, significava apenas a capacidade de copiar, isto fez aumentar desordenadamente a quantidade de plágios. Depois da destruição dos cursos de Belas Artes, a repetição de padrões estéticos tomou conta da arte brasileira, além dos já conhecidos, “plágios da arte contemporânea”.


UMA ANATOMIA AMERICANA

O DESIGN AMERICANO DOS QUADRINHOS

O DESIGN JAPONES

DOS FLORAIS DECORATIVOS DOS FASCÍCULOS


Muitas pinturas de paisagens hoje, ainda salientam efeitos visuais que não são do nosso clima tropical, tornando-se uma imagem realista e anedótica. Os artistas que não tiveram os mestres acadêmicos buscaram uma evolução técnica, mas devido as fontes de referencia, muitos deixaram transparecer em suas pintura elementos bem estranhos a realidade pictórica local, como no caso dos efeitos atmosféricos estranhos, luzes e cores de paisagens de países muito frios e com atmosfera densa e muitas paisagens apresentam fundos que são muito associados a paisagem de Walt Disney nos desenhos em quadrinho.



ASPECTO ATMOSFÉRICO


UMA IMAGEM ANEDÓTICA


Esta nova geração de “arte imitada”, não é culpada por suas estranhas formas repetidas, pois foi o único caminho que a sociedade artística brasileira encontrou para se expressar depois do fim das Academias, na tentativa de fugir da ditadura estética brasileira chamada “arte contemporânea”, que foi imposta pelo poder corrupto das forças políticas e culturais do Brasil. O senso estético brasileiro ficou altamente bloqueado, chegou ao ponto de não se saber reconhecer nenhum valor artístico, fato comum atualmente, pois quando  interrogamos qualquer cidadão brasileiro em uma exposição numa galeria de arte, e indagamos sobre o valor artístico de uma obra, ele foge da resposta, pois alega apenas que não sabe se gosta ou não gosta de tal obra ou ainda se está na moda. Muitos pensam que “saber copiar toda sorte de imagem” é saber fazer arte e outros pensam que só são artistas “aqueles que seguem os ruídos perceptivos da arte conceitual (contemporânea)”. O povo brasileiro depois desta devassa na ordem do gosto, está perdido e o poder corrupto da cultura atual conseguiu deixar o brasileiro sem sensibilidade estética, apenas agindo como se fosse um robô, esperando as ordens das Bienais e dos críticos corruptos, para saber se gosta ou não de uma pintura ou de uma escultura.
O valor verdadeiro da arte brasileira ainda sobrevive, ainda podemos ver uma boa arte criada por artistas plásticos que resistiram ao “dantesco poder da corrupção cultural do Brasil”, nem a falta das Escolas de Belas Artes, nem a falta de apoio governamental impediram a evolução de muitos artistas plásticos autodidatas, mas que continuaram dando a arte brasileira um sentido estético, e por outro lado a grande autenticidade dos primitivistas brasileiros deve ser constantemente lembrada, pois eles nunca foram abalados em sua criação e ainda hoje, honram o que chamamos de arte brasileira legitima.   


UMA ARTE BRASILEIRA

terça-feira, 22 de março de 2011

A DECADÊNCIA DO ENSINO DAS ARTES PLÁSTICAS NO BRASIL


No inicio do século passado, o Brasil tentou reagir aos antigos métodos de ensino da Arte, trazidos da Europa por mestres de grandes escolas - tentando entrar na modernidade européia, que também era resultante do ensino dos antigos mestres - uma grande contradição. O momento vivenciado não ajudou a desenvolver nenhuma “nova escola”, por outro lado, incentivou a imitação dos movimentos de arte contemporâneos da Europa, copiando e adotando formas e padrões de outros artistas, como regra determinante. A modernidade artística, ocorrida no Brasil, se estabelece praticamente por um processo inseguro e apressado, em face aos momentos políticos e financeiros que o Brasil passava na época. As primeiras Escolas de Belas Artes do Brasil foram criadas a partir de tecnologias desenvolvidas em Escolas da Europa, seguindo um vasto conhecimento metodológico, amadurecido ao longo de séculos, na França, Itália, Espanha, Holanda, Bélgica e Portugal. Estas Escolas brasileiras, no inicio do século, formavam mestres que aprendiam infinitas técnicas de arte, e já estavam nesta época, num processo de transformação e adaptação aos anseios dos artistas brasileiros.


NO BRASIL HAVIA GRANDES ESCOLAS DE BELAS ARTES, COMO: RIO DE JANEIRO, BAHIA, SÃO PAULO E PERNAMBUCO (DESTRUIDA)




É uma pena, que o ensino das Belas Artes no Brasil hoje, esteja à beira do abismo e tecnicamente esvaziado. A sensibilidade artística Contemporânea no Brasil foi corrompida por uma ação persuasiva, dirigida pela hierarquia do poder político-intelectual, introduzindo-se por aventureiros da arte e muitos passaram a dominar a máquina administrativa cultural. Este fato já atravessa décadas e vem reprimindo a opinião publica e induzindo um gosto artístico na percepção do povo. Criam-se muitas forças monopolizadoras, seguidoras e divulgadoras de uma “moda no comportamento estético”, atuando indiscriminadamente na sensibilidade artística e no julgamento estético individual e coletivo (dos brasileiros), atuando como uma catequese imperialista e devastadora, dos tempos atuais. Impõe-se um esvaziamento da lógica e da ética nas reações perceptivas de cada individuo, resultando num conflito da sensibilidade artística, e este fato agora, está sendo visto por muitos analistas como um “conflito estético induzido”. Muitas vezes este comportamento é resultante da pressão regida pela internacionalização da forma de conduta, sendo avaliado também que, culturas com maior poder político e econômico sobrepõem-se a outras menos estruturadas educacionalmente, aumentando a ação imitativa. O efeito desta superposição cultural torna-se mais evidente em paises em desenvolvimento, que por dificuldades econômicas, apresentam uma incapacidade de manter a sua historia e sua personalidade cultural e artística.

Os movimentos de Arte Moderna no Brasil foram desenvolvidos, com o apoio de poderes políticos e econômicos, e muitas razões até se tornaram ocultas para a sociedade, que os engoliu de garganta abaixo sem nenhuma reavaliação. Muitas dessas ações causaram estragos devastadores na evolução cultural do povo e especificamente ao padrão da criação artística no Brasil. Houve uma grande destruição de bons padrões no ensino da arte, já com raízes prestes a fazer brotar uma personalidade brasileira, mas com a chegada da dita modernidade e da ultima ditadura no Brasil, houve uma larga diminuição da liberdade de criação e de raciocínio estético. Os valores que vinham anteriormente se ajustando à classe intelectual do país foram reprimidos intensamente, e as estruturas culturais foram monopolizadas e administradas de forma ditatorial, sem direito a recusa. A Educação no Brasil neste período, não pôde parar para ser avaliada e reestruturada, e gerou modelos estranhos às necessidades brasileiras, germinando metodologias controversas e imperialistas, baseadas em “Plagio de padrões Educacionais de outros paises”. Durante décadas, o Brasil negou-se a reavaliar os fatos decorrentes deste processo, onde a verdadeira necessidade educacional ficou apenas determinada por ideologias e métodos de alguns intelectuais que se afastaram do Brasil para beber nas fontes estrangeiras, ou seja: nas necessidades intelectuais de outras culturas. Seria mais lógico e honesto, buscar o conhecimento científico, desenvolvê-lo no Brasil, trabalhando uma metodologia nova, mas com parâmetros adaptados especificamente as carências existentes no país.


A ARTE BRASILEIRA ESTAVA SENDO REPRESENTADA POR GRANDES MESTRES, COMO: ALMEIDA JUNIOR, BIBIANO SILVA, ALEIJADINHO E PORTINARI.





O ensino das Belas Artes no Brasil foi sucateado e até chegou a ser banalizado, pela reação aos modelos estrangeiros de modernidade, no começo do século passado, os cursos de Belas Artes com formação universitária, foram aos poucos sendo banidos do nosso território, pela força devastadora da “agonia da reforma”, havia uma vontade de imitar os paises em desenvolvimento industrial, fugindo até, a verdadeira lógica destes paises desenvolvidos, que na verdade, nunca acabaram com suas grandes “Academias de Belas Artes”, apesar da existência da Modernidade. Inconscientemente, os valores nacionalistas de arte, foram despejados no “ralo”, e tudo que se havia desenvolvido no Brasil, como personalidade intelectual e artística, cedeu ao domínio dos padrões da “Moda Estética de alguns paises”. Parecia até uma lei irrevogável: Ou se plagia ou não se faz arte!”. Pouco a pouco, o ensino das técnicas já desenvolvidas por artistas e professores de Belas Artes brasileiros, foi sucumbindo-se sob a pressão dos padrões monopolizadores desta moda estética. Foram criados métodos de ensino alienígenas, que aos poucos foram adotados, sacramentados e impostos pelo sistema educacional brasileiro, e a maioria dos professores de Belas Artes seguiram este processo de robotização sob pena de ficar antiquado, perante a nova sociedade ou “cultura dos plágios”. Os Grandes Mestres da Pintura e da Escultura do Brasil foram enterrados vivos, abandonou-se verdadeiras obras de arte, tiraram da mídia todo e qualquer artista que não seguia a “falsa modernidade brasileira”, os monopolizadores da nova cultura brasileira, impuseram a substituição do verdadeiros mestres da arte brasileira, pelos plagiadores de arte européia, negando uma obra de grande força estética já existente,  reverenciando apenas os que fizeram parte da Semana de Arte de 1922. Os grandes pintores, escultores e gravadores de todo o Brasil, que não estavam nesta adesão, foram escondidos da mídia, e continuam até os dias de hoje, como malditos na sociedade moderna brasileira.

O avassalador poder da última “Ditadura”, negou ao povo brasileiro, a espontaneidade do aprendizado natural da Arte, pois endossou a falsa modernidade brasileira, e conjuntamente a isto, trouxe o desespero da perseguição aos intelectuais, esvaziou a personalidade educacional artística e deixou seqüelas irremediáveis. Dentro deste desespero da guerra social e política brasileira, surgiu um novo parâmetro de leis e decretos, que passaria a reger o aprendizado das Artes Plásticas no Brasil, criando-se novos cursos que substituiriam os antigos, que já eram suficientes para a formação artística nacional. Os “Bacharelados em Belas Artes” foram substituídos por outros como a “Licenciatura em Artes Plástica” e a “ Licenciatura em Desenho e Plástica”, e apesar destes sistemas serem indicados propriamente ao acréscimo do conteúdo teórico no ensino pedagógico, substituiriam totalmente os cursos que formavam Artistas, com a prática de Arte nos Ateliês. Ficando a sociedade, então, sem a formação Artística de níveo Superior, o que foi maravilhoso para o “poder da Ditadura”, enfraquecendo amplamente a capacidade de discernimento do povo, com o afastamento dos Artistas Plásticos das Universidades.  “O que vale a pena ressaltar, é que, os fatos não foram por acaso, pois: “as artes plásticas, trabalham a sensibilidade do individuo, com símbolos e ícones, com infinito poder de comunicação e com certeza, passariam informações ideológicas ao povo com muita velocidade”. Entre a década de sessenta e a década de oitenta, começou a ocorrer uma falência total do ensino das Artes Plásticas no Brasil, estimulou-se a mediocridade artística, conjuntamente com o plagio e o autodidatismo. Criou-se então uma “organização oculta”, na administração de órgãos culturais, que foi aos poucos monopolizando as normas de estética do país, que antes mantinham um profundo valor semântico de comunicação, passou a dar lugar a uma abertura maciça de “artes” desprovidas de informações ideológicas, que satisfaziam perfeitamente ao sistema da ditadura (os primeiros conceitos de arte contemporânea).



A GRANDE CULTURA DOS PLÁGIOS, FOI OFICIALIZADA NA ARTE CONTEMPORÂNEA BRASILEIRA





A formação desenvolvida na “Licenciatura em Artes Plásticas” era utópica, pois a maioria dos formandos não possuíam capacidade prática nas artes plásticas e assumiam a responsabilidade de ensinar a prática das Artes Plásticas nas Escolas, sem quase nenhum conhecimento do assunto, visto que, a maioria dependia apenas de receitas e normas teóricas aplicadas, oriundas de ideologias personalizadas, discutidas em salas das universidades. As aulas de artes perfaziam um processo de esvaziamento dos métodos práticos (ateliês), partindo de uma lavagem cerebral, que buscava exterminar os sentimentos naturais da arte, quebrando totalmente a “ansiedade criativa dos alunos”, trocando o conteúdo teórico-prático por uma tempestade de conceitos de educação artística totalmente afastada da “Produção Artística Manual”. A maioria destas aulas objetivavam conduzir o aluno para uma fantasia, ou seja, prometiam aprender arte sem praticar. Da década de oitenta aos dias atuais, 80% dos professores de Artes Plásticas no Brasil, foram impulsionados pela metodologia criada na ditadura (teoria e plagio), e muitos não sabem desenhar, pintar, gravar, esculpir, etc. e lhes sobram apenas dados repassados por outros, que por ordem natural, não os ajudaram a dominar a pratica das artes. Uma imensa dissonância no ensino das Artes do Brasil, pois não temos agora, nos dias atuais, professores com competência prática das Artes Plásticas, para a atuação que exigem as próprias disciplinas do Primeiro Grau. As falhas deixadas pela ditadura na educação estão mascaradas, e agora andam por baixo de armaduras, proibidas de mostrar as suas faces, sabe-se que existem, mas ninguém as assume ou se arrisca a denunciar.  A Ditadura gerou uma centena de decadências no ensino brasileiro para a formação artística, e é uma vergonha para o país tentar se pronunciar como “grande potencia”, depois de ter destruído totalmente a estrutura intelectual do povo. Atualmente o Ministério de Educação criou a maior das redundâncias no ensino brasileiro, transformou a Licenciatura em Artes Plásticas em Licenciatura em Artes Visuais, que é apenas, um requisito para a existência das artes plásticas (VER, TOCAR E PLASMAR), fato que deixa bem claro a incompetência profissional na área, pois para não deixar-se desdobrar a devastadora verdade sobre o ensino das artes Plástica no Brasil, criou-se uma nova nomenclatura para o aprendizado das artes plásticas (Artes Visuais), misturando-se a outras áreas profissionais, camuflando os erros e as aberrações administrativas do ensino e a falta de lógica, demasiadamente visível nos últimos anos.  Só que, estas decisões feitas, à toque de caixa, como é comum no Brasil, vão levar a profissionalização Artística no Brasil a um caos sem volta.

Como já não bastassem as aventuras do ensino da arte quando as escolas tinham que colocar professores, extremamente alheios ao conhecimento das artes, para suprir as carências oriundas da péssima formação nas Artes Plásticas, e as necessidades de conteúdos esquecidas, e aplicadas apenas com métodos teóricos, agora será ainda pior, pois o ajustamento intelectual da juventude já está se processando por um padrão da mídia, onde não se irá acrescentar muito ao aprendizado destas crianças e adolescentes, e a tentativa de inserir centenas de teorias nas cabeças destes alunos, nunca alcançará mais que 5% de conceitos em sua formação. Se não houver uma reavaliação, no ensino das Artes Plásticas no Brasil e se não procurarmos fazer uma analise profunda, junta com professores que não estão presos a este sistema imperialista, junto a pesquisadores que reconhecem os erros cometidos no passado, afastando a corrupção administrativa da educação brasileira, nada poderá ter resultado positivo, e o ensino da arte no Brasil, será apenas um rosto sem personalidade, sujeito apenas às decisões do poderes ocultos da intelectualidade Contemporânea.   


A FORMA DE ARTE QUE IMPUSERAM AOS ALUNOS DE EDUCAÇÃO ARTÍSTICA, ESTAVA LONGE DE TER SENTIDO, ERA SÓ UMA TRANSFERÊNCIA DE OBJETOS, SEM MANIPULAÇÃO PLÁSTICA.





O Brasil continua crescendo e junto com ele o peso da péssima educação, os reflexos da ditadura, os elementos negativos infiltrados na estrutura do sistema educacional do país, são como vírus auto-suficientes, à medida que, se tenta destruí-los, novos vírus se desdobram por meios invisíveis, armados de poder, pois foi por este caminho que a nova estrutura educacional se firmou no Brasil, há mais de quatro décadas, sem nenhuma avaliação justa e sem impedimento. Filhos da Ditadura preenchem os Órgãos Culturais do Brasil, indivíduos muitas vezes incompetentes na área das Belas Artes (Artes Plásticas), escondem em suas mascaras, seus grandes poderes, ditando a “Moda na Educação da Arte no Brasil”, como se a moda fosse a base para o ensino Acadêmico nas Universidades do Mundo. Uma tragédia, pois a “Moda” tornou-se um “quinto elemento” de força, na intelectualidade brasileira, fato assumido no começo do século passado, como uma paranóia oficial. Hoje, no país, existe até Moda para a “Universalidade da Ciência das Artes”, que antes foi criada a partir da liberdade da pesquisa e do conhecimento. Nunca se viu na maioria dos paises do mundo, uma “Universidade Ideológica”, pois aqui, é a única morada deste sistema, talvez seja o “Final dos Tempos da Educação no Brasil” ou o “Demônio da Ditadura que ainda está vivendo na alma de muitos brasileiros”.

Hoje, é muito comum no Brasil, escutar da boca de Artistas Plásticas, a seguinte frase: “Eu jamais aprenderia Artes Plásticas em uma Universidade Brasileira, pois jamais poderia desenvolver o que faço, com os professores de Arte de hoje, que não sabem nem desenhar e nem pintar!” Alunos de varias Universidades brasileiras já se dizem arrependidos, quando descobrem que os cursos de Artes Visuais, já não os preenchem de conhecimentos práticos da arte, e tudo o que resta a fazer é tentar descobrir a prática da arte por si só, e para tal, estes não precisariam de Universidade.  Quase 50 % dos alunos que estão realizando estes cursos irão abandoná-los antes do seu término, e o ensino das artes vai continuar o seu ciclo de decadência, vivenciando uma arte sem prática e sem estímulo. O conflito existente entre os alunos do primeiro e o segundo grau é muito grande, pois individualmente eles necessitam de arte, de meios para descarregar as suas ansiedades intelectuais, e as experiências que tiveram foram apenas superficiais, em termos de praticas artísticas, as receitas trazidas pelos “professores mal formados” lhes deram, insegurança de valores estéticos, pois em certas escolas tiveram que ver “aberrações e mutilações de arte conceitual” como se fosse uma expressão de verdadeira arte. Desta forma, estes alunos, passaram a buscar uma expressão mais pura de arte através do ímpeto autodidata, fazendo grafites nas paredes, copiando as revistas em quadrinhos e criando personagens que lhes dariam mais lógica de arte do que as visitações aos monturos, mausoléus pornográficos e necromaníacos, existentes nas galerias e museus dos órgãos públicos do Brasil. 


INDUZIRAM OS ALUNOS DA EDUCAÇÃO ARTÍSTICA BRASILEIRA, A UMA EXPRESSÃO QUE CHAMARAM DE ARTE CONCEITUAL, QUE GEROU APENAS CONFLITOS PARA ELES, PARECIA MAIS UM ESTADO DE DESEQUILIBRIO MENTAL E UM CULTO A PORNOGRAFIA.





O inferno apocalíptico vivido na sensibilidade artística do povo brasileiro, possui como herança, dois problemas graves: “a Decadência do ensino das Artes Plásticas e a adoção do Imperialismo da Moda Estética”. O gosto do povo brasileiro passa a ser menos autêntico do que o de muitos paises, porque a formação artística lhes foi negada e o poder de decidir o prazer estético lhes foi arrancado. A sociedade brasileira vive um mundo de ilusões, pois os ânimos artísticos são bloqueados logo cedo, os padrões impostos pela educação artística atual, geram uma cultura hipócrita, e a sensibilidade estética do cidadão se desenvolve naturalmente por um caminho paralelo à educação oficial de arte. Hoje ensinam-lhes que só devem seguir os moldes de arte das “escolas conceituais e das bienais internacionais”, mas para a maioria do povo, é bastante obvio não ter sentido artístico, já que os valores são impostos por ditaduras oficiais com modelos contemporâneos, aberrantes e deprimentes em relação a beleza natural, agredindo a sensibilidade espontânea. Sendo assim, o Brasil é um dos poucos paises do mundo a manter uma ditadura institucionalizada de padrões artísticos, a deturpação intelectual é muito visível para todos e só resta uma conclusão: a liberdade de expressão em nosso país não existe, ou se faz uma arte que é imposta pelo monopólio institucionalizado ou não se considera essa arte como verdadeira. Sendo assim: salve o artista plástico autodidata, aquele que não segue as normas oficiais do Brasil, pois poderá ser um grande representante da Arte Brasileira, por que: “O ENSINO DA ARTE NO BRASIL ESTÁ EM DECADÊNCIA!”

MUITAS ATIVIDADES DE ARTE JÁ ESTAVAM LONGE DE SEREM PLÁSTICAS, JÁ HAVIA UMA INFINIDADE DE EXPRESSÕES, ERAM MUITAS AVENTURAS, PORÉM, PARA PROTEGER  AS ABERRAÇÕES MUDARAM O NOME PARA, ARTES VISUAIS.