

Ao receber o titulo de Doutor Honoris Causa, que lhe foi concedido pela Universidade Autônoma de Nuevo Leon, Monterrey - México, um dos grandes mestres da Arte Moderna Mundial, Fernando Botero, fez um pequeno discurso sobre a crise da Arte, dizendo: “A Arte é uma renovação permanente”, questionando sobre o destino da arte em um século de sufoco causado pelas novas tecnologias e o esquecimento. Lamenta Botero, que os novos artistas, sejam incapazes de observar o passado, e até se sentem ofendidos em perceber o trabalho dos grandes mestres, que deram vida, a “grande arte”, que a historia da arte a tenha convertido em um mero desenvolvimento acadêmico e não em um “objeto sério de estudos”. Afirma: “Os artistas devem criar uma realidade diferente, e responsabilidade com relação ao seu próprio trabalho, com a história, com o momento e com a estética”.
Explica que, a arte se encontra parada em uma etapa de aridez criativa, somada ao desenvolvimento científico, dos últimos 200 anos. E acrescenta que, de nada adianta a evolução tecnológica, já que esta não tem influenciado na criação artística, e agora vive uma das épocas mais abandonadas enquanto produção e criação estética. “Hoje a pintura e a escultura, passam por uma das piores crises de sua história. A desintegração da arte mundial, devido ao excesso de intelectualismo e uma verdadeira confusão conceitual, produziu, a época mais pobre e estéril esteticamente de toda a historia da arte”.
Botero, pede aos artistas, que tomem consciência da urgência de regressar as suas raízes e a riqueza cultural dos povos. Que é só, através da realidade social, que eles serão capazes de produzir obras, que se convertam em uma “Arte Perdurável”. Continua: “A arte atual está mais interessada em produzir um choque, que em dar prazer ao espectador”. “A arte evoluirá, desde que exista um respeito ao passado, pois esse respeito, existiu sempre, mesmo com os pintores de vanguarda. Picasso se interessava em Cézanne e também estava interessado em Delacroix”. “Essa indiferença com o passado, deixa a arte pobre, e a arte tem que ser o resultado da cultura e essa cultura, é o conhecimento da historia da arte”, conclui.
Monterrey - México, 31 de janeiro de 2008